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Inventariamento e conservação da biodiversidade de anfíbios do RBV

Por: Poliana Corrêa | Foto: Diogo Santos 

 

Sapos, rãs e pererecas… assim são popularmente conhecidos os anuros, grupo de anfíbios vertebrados com ciclo de vida bifásico – com uma fase larval aquática – exclusiva de água doce – e outra fase terrestre, pós-metamórfica, que estão compondo uma importante pesquisa de inventariamento e conservação da biodiversidade de anfíbios do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV).

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Os resultados preliminares dos estudos foram apresentados pelos pesquisadores Me. Tarik Athon Kardush e Ma. Camila Souza Batista.

Essas espécies possuem características peculiares em relação à ectotermia, ou seja, não regulam a temperatura interna corporal, fazendo com que a taxa metabólica deles dependa das condições do ambiente que estão inseridos.

Ademais, 90% das trocas gasosas (respiração) acontece através da pele. Tornando-os organismos bastante sensíveis às condições de umidade e temperatura do ambiente.

Quanto as funções ecossistêmicas, os anuros contribuem tanto como presas quanto como predadores. Em seus habitats, esses anfíbios favorecem o ciclo de matéria e fluxo de energia, além do controle de pragas e vetores de doença. Os girinos também participam de um processo de bioturbação – ao nadar, fazem revolvimento dos corpos d’água e, consequentemente, disponibilizam nutrientes que estavam presos aos sedimentos para todo ambiente aquático.

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Redução de anfíbios diminui as funções ecossistêmicas

Para inventariar a anurofauna e comparar a riqueza e composição de espécies do RBV foram realizadas 5 campanhas de amostragem. Para isso, são utilizadas buscas ativas e armadilhas diurnas e noturnas em microecossistemas. Também está prevista uma campanha para janeiro de 2022.

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Entre os ambientes inventariados estão: Floresta Secundária, Reflorestamento e Antropizado.

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Tem sapo na área

Por se tratarem de espécies florestais, os anuros podem ser consideradas bioindicadoras de numa boa restauração florestal.

De acordo com Tarik, preliminarmente é possível concluir que apesar de haver sido identificadas duas espécies a mais em floresta secundária, pode se dar pela captura maior de indivíduos nessa região.

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Além disso, a colonização de espécies de novas áreas depende, primariamente, da presença da riqueza das espécies em áreas preservadas mas, também, da proximidade do ambiente a ser colonizado e do ambiente fonte das espécies”

No Refúgio, as áreas são adjacentes. Então, é possível que essa relação tenha influenciado no número similar de espécies em áreas restauradas e de floresta secundária.

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