Ir para o conteúdo principal

Inventariamento e conservação da biodiversidade de anfíbios do RBV

 

Sapos, rãs e pererecas… assim são popularmente conhecidos os anuros, grupo de anfíbios vertebrados com ciclo de vida bifásico – com uma fase larval aquática – exclusiva de água doce – e outra fase terrestre, pós-metamórfica, que estão compondo uma importante pesquisa de inventariamento e conservação da biodiversidade de anfíbios do Refúgio Biológico Bela Vista (RBV).

DSC01799.JPG
Os resultados preliminares dos estudos foram apresentados pelos pesquisadores Me. Tarik Athon Kardush e Ma. Camila Souza Batista.

Essas espécies possuem características peculiares em relação à ectotermia, ou seja, não regulam a temperatura interna corporal, fazendo com que a taxa metabólica delas dependa das condições do ambiente que estão inseridos.

Ademais, 90% das trocas gasosas (respiração) acontece através da pele. Tornando-os organismos bastante sensíveis às condições de umidade e temperatura do ambiente.

Quanto as funções ecossistêmicas, os anuros contribuem tanto como presas quanto como predadores. Em seus habitats, esses anfíbios favorecem o ciclo de matéria e fluxo de energia, além do controle de pragas e vetores de doença. Os girinos também participam de um processo de bioturbação – ao nadar, fazem revolvimento dos corpos d’água e, consequentemente, disponibilizam nutrientes que estavam presos aos sedimentos para todo ambiente aquático.

FOTO 3 ANUROS.PNG

Redução de anfíbios diminui as funções ecossistêmicas

Para inventariar a anurofauna e comparar a riqueza e composição de espécies do RBV a equipe multidisciplinar realizou cinco campanhas de amostragem. Para isso, foram utilizadas buscas ativas e armadilhas diurnas e noturnas em microecossistemas. Também está prevista uma campanha para janeiro de 2022.

FOTO 2 ANUROS.PNG

Entre os ambientes inventariados estão: Floresta Secundária, Reflorestamento e Antropizado.

FOTO 5 ANUROS.PNG

Tem sapo na área

Por se tratar de espécies florestais, os anuros podem ser consideradas bioindicadoras de numa boa restauração florestal.

De acordo com Tarik, preliminarmente, é possível concluir que apesar de haver sido identificadas duas espécies a mais em floresta secundária, pode se dar pela captura maior de indivíduos nessa região.

FOTO 6 ANUROS.PNG
"Não foram encontradas espécies em risco de extinção. Entretanto, foram realizados três novos registros de espécies na região Oeste do Paraná" - Camila Batista. 
FOTO 7 ANUROS.PNG
"Especificamente para Foz do Iguaçu, foram registradas duas novas espécies. Por serem espécies florestais, podem ser consideradas bioindicadoras de boa restauração florestal", explicou Camila. 

Além disso, a colonização de espécies de novas áreas depende, primariamente, da presença da riqueza das espécies em áreas preservadas mas, também, da proximidade do ambiente a ser colonizado e do ambiente fonte das espécies”

No Refúgio, as áreas são adjacentes. Então, é possível que essa relação tenha influenciado no número similar de espécies em áreas restauradas e de floresta secundária.

FOTO 8 ANUROS.PNG