O saneamento como importante ferramenta na promoção da saúde pública
Por: Ane Horst | Fotos: Diogo Santos
Desenvolvido através da parceria entre a Itaipu Binacional, a Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar(SANEPAR) e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR), o convênio de Cooperação Técnica para Implementação de Sistemas Sustentáveis de Esgotamento Sanitário, surge com a necessidade da Implementação de Sistemas Sustentáveis de Esgotamento Sanitário no Brasil.
O projeto tem como principal objetivo promover a ampliação dos serviços de coleta e tratamento de esgoto à população em seis municípios da região Oeste do Estado do Paraná (Santa Helena, Missal, Itaipulândia, Ramilândia, Medianeira, e Serranópolis do Iguaçu), além de buscar a melhoria da qualidade dos corpos hídricos que integram a Bacia Hidrográfica do Paraná 3 e a Bacia Hidrográfica do Baixo Iguaçu e mensurar as melhoras e diferenças antes e após a sua aplicação nas cidades.
Dr. Gustavo Possetti, Gerente de Pesquisa e Inovação da Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) |
“O que nós precisamos sempre dentro do processo de promoção do meio ambiente e de saúde públicablica, é ter uma função de transferência, chamada de estação de tratamento de esgoto, capaz de receber esse material e efetuar o devido tratamento, a devida alocação dos recursos que estão sendo ali manejados” aponta o Dr. Gustavo Possetti, Gerente de Pesquisa e Inovação da Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR).
SANEPAR.
Os principais benefícios agregados do projeto incluem a redução da carga orgânica e de nutrientes provenientes de esgoto doméstico no Lago de Itaipu, o aumento do atendimento à população com esgotamento sanitário e o desenvolvimento regional.
De acordo com dados obtidos pela Agência Nacional de Águas (ANA), apenas 43% da população brasileira possui esgoto coletado e tratado. |
Este é um tema prioritário na agenda de gestão do território para possibilitar o controle e prevenção de enfermidades de transmissão hídrica, além de auxiliar na melhora da qualidade ambiental.
Gustavo Possetti afirma ainda que ao promover essas melhorias estamos, sobre tudo na região oeste do estado do Paraná, promovendo a segurança hídrica e a segurança energética, aplicando os conceitos de saneamento ambiental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada 1 real investido em saneamento básico, é possível economizar R$ 4 reais em gastos com o sistema de saúde pública. De acordo com o Dr. Gustavo o esgoto quando devidamente gerenciado não é um resíduo e sim um insumo apto a gerar valor para sociedade, gerar subprodutos que podem viabilizar novos modelos de negócios além de promover inovação do território.
Esgoto x pandemia
Associado também ao saneamento está o projeto “Monitoramento do Esgoto como Ferramenta de Vigilância Epidemiológica para Detecção do SARS-CoV-2” que consiste na detecção do coronavírus através de amostras coletadas em esgotos apresentado pelo Dr. Rodrigo Bueno, engenheiro e professor na Universidade Federal do ABC.
Dr. Rodrigo Bueno, engenheiro e professor na Universidade Federal do ABC. |
Como isso é possível? Em resumo, os pacientes com COVID-19, sejam eles sintomáticos ou assintomáticos, eliminam partes do vírus nas fezes, fornecendo assim, através do esgoto, dados que contribuem para determinar a presença do SARS-CoV-2 e suas variantes no local.
De acordo com o Dr. Rodrigo Bueno “O esgoto retrata muito as condições de saúde de determinada população e pode ser utilizado como um biomarcador para saber o cenário do que está acontecendo com aquela população relacionado a saúde”
Através das análises dessas coletas, que acontecem semanalmente, é possível verificar e quantificar a presença e disseminação do vírus em uma determinada região da cidade e com isso determinar ações para o enfrentamento e controle da COVID-19.
Essa iniciativa está sendo desenvolvida na cidade de Foz do Iguaçu, através da parceria entre a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI-BR), a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).
“Esses dados são importantes porque a gente consegue junto com os dados clínicos, com a saudesaúde publicapública propor subsídios mais assertivos para o enfrentamento da pandemia” afirma o Dr. Rodrigo Bueno.
Quer entender mais sobre o tema? Acesse a cartilha “Monitora Covid-19 Itaipu-Foz do Iguaçu”, disponível para download |